segunda-feira, 16 de abril de 2012

Devaneios e decisões

O vento uivava. As árvores se reviravam. O tempo era de muito frio. 

Porém, dentro de um apartamento a salvo dessas intempéries, se encontrava Lúcia. Aninhada em uma poltrona fofa, ela pensava. Pensava muito. Suas pernas estavam junto ao corpo, e a cabeça repousava sobre os joelhos. A matéria de seus pensamentos era bem ampla e, ao mesmo tempo, bem específica: os rumos que sua vida estava tomando.

Enquanto seu cérebro se embrenhava por caminhos tortuosos, seu olhar pairava em uma janela meio suja ao seu lado. Lúcia tomava um café bem quente e doce, e, em sua mente, concluia de que nada se arrependia. "Faria tudo de novo", afirmava.

Pensou em seu pai e não aguentou: deu uma grande e sincera gargalhada. Aquilo foi, definitivamente, muito divertido. Ele provavelmente estava, nesse momento, boiando em algum rio. Apodrecendo.

Lúcia então levantou-se de chofre. Colocou seus sapatos, enganchou a bolsa no ombro e passou a mão pelos cabelos, se olhando no espelho. Estava linda, como sempre. A roupa estava impecável, pois tinha chegado não fazia muito tempo. Então saiu. Trancou a porta, desceu as escadas e pôs-se a caminhar pela rua. Havia tomado sua decisão.

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