Meus cabelos estavam bagunçados.
Fio sobre fio. Sem controle. Meus braços estavam começando a suar. Gota sobre
gota. Escorrendo. E mesmo assim – mesmo longe de estar “atraente” – você veio
até mim. Sentindo vontade. Sentindo necessidade.
O que eu podia fazer? Te abracei com toda minha força,
puxando seu rosto para o meu rosto. Misturando o seu calor com o meu calor. E
desejando, tão fortemente, a sua saliva com a minha saliva.
O abraço não foi terno. Não foi carinhoso ou mesmo querido.
Foi exatamente como deveria ser. Apertado. Intensamente sexual e insanamente
quente. Ao ter seu corpo contra o meu, tive também o seu sexo. Com força, te
puxei ainda mais para mim, e não me surpreendi ao perceber que você, esquecendo
das leis da física, também me quis ainda mais perto.
Nunca te desejei tanto quanto naquele momento. Meus olhos
permaneciam fechados, certos de que os outros sentidos fariam todo o trabalho
de percepção de uma forma muito mais completa e intensa. Imagino que você
também estava de olhos fechados, mas sobre isso nunca poderei ter certeza. O
fato é: eu te sentia com todo meu corpo. Cada milímetro da sua pele queimava
contra a minha, e não sei se era por essa razão ou alguma outra, mas eu não
aguentava: entre beijos desesperados e mordiscadas ousadas, eu suspirava alto.
Gemia.
Nos deparávamos, ali, com o que tínhamos de mais animal em
nossa essência. O que era sentido, era imediatamente feito. E foi assim que
minha mão foi parar na parte mais quente do seu corpo, onde repousava – alguns
diriam – a fonte do desejo. Tanto o seu quanto o meu.
Em meio a tantos beijos, gemidos e suspiros, consegui espaço
– ou tempo, como queira – para abrir um pequeno sorriso. A culpa foi sua, pois,
imediatamente, tornou-se ainda mais ofegante e, sem dúvida, selvagem. Me
apertava. Me puxava. Me lambia. Me sentia com toda ânsia da entrega completa.
Fui adiante. Desgrudei meus lábios do seu pescoço e comecei
a descer. Aliás, não “comecei a descer”. Você viu. Eu simplesmente desci – como
mandou o instinto, a necessidade, a vontade de você – ficando com os olhos na
altura da sua calça – que, eu podia
sentir, implorava para ser aberta. Para ser finalmente descoberta.
O que aconteceu a seguir... eu preciso de outra carta para
explicar. Só digo uma coisa: criatura, você é a mulher mais excitante com a
qual já me relacionei. E o homem mais gostoso com o qual já tive o prazer de
ter contato.
Acredite.
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